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BRASÍLIA E DAVOS- O BNDES vai criar uma linha de crédito para financiar o pré-embarque de exportações realizadas por pequenos e médios empresários. Esta é uma das medidas do pacote de incentivos à retomada do crescimento em gestação no governo, que poderão começar a ser anunciadas na próxima quinta-feira, quando serão retomadas as reuniões do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES), o Conselhão.
Um dos desafios do governo é viabilizar o aumento do universo de empresas exportadoras, principalmente aquelas que vendem ao exterior, por ano, até US$ 400 mil.
— Precisamos melhorar a balança comercial. O mercado externo pode ser uma boa alternativa para melhorar o combalido mercado doméstico — disse uma fonte da área econômica.
Em outra frente, os técnicos tentam formatar uma linha de financiamento para garantir maior capital de giro para indústrias, além de micro e pequenas empresas. Outros setores a serem beneficiados são os da construção civil, de infraestrutura e do agronegócio.
Estas são formas de minimizar o desaquecimento da atividade econômica, sem aumento de subsídios e, portanto, custo fiscal. O Palácio do Planalto está particularmente preocupado com a disparada das demissões: ano passado, foram cortados 1,5 milhão de postos com carteira assinada e a taxa de desemprego se aproximou dos dois dígitos.
Os técnicos reconhecem que quase não há demanda por crédito junto aos bancos públicos, como BNDES, Banco do Brasil e Caixa. Mas explicam que a ideia é tornar as linhas mais atrativas, com os tradicionais juros mais baixos. Os recursos têm um custo de capitação menor.
— O governo quer melhorar o crédito direcionado. O Banco do Brasil, por exemplo, já aumentou em R$ 10 bilhões os recursos para o custeio da próxima safra. Não há outra saída, a não ser darmos prosseguimento a isso — disse uma fonte.
BARBOSA DEFENDE ESTRATÉGIA
O ministro da Fazenda, Nelson Barbosa, defendeu ontem a estratégia do governo de estimular o crédito para o setor produtivo.
Em entrevista concedida em seu último dia no Fórum Econômico Mundial de Davos, ele destacou que a ideia do governo é aproveitar o aumento de liquidez nos bancos públicos — decorrente do pagamento das pedaladas fiscais —para reforçar linhas de financiamento direcionadas a setores importantes para o crescimento, como habitação e agricultura.
Segundo Nelson Barbosa, a atuação dos bancos não será para estimular o consumo e oferecer crédito em áreas onde não há demanda:
— Estamos procurando reforçar a oferta de crédito onde ele é demandado. Não há demanda de crédito para o consumo. Com inflação alta e aumento do desemprego, a confiança dos consumidores está baixa. Mas estamos detectando demanda por capital de giro em algumas áreas, como agricultura, habitação, e empresas pequenas e médias. Não é para oferecer crédito para quem não quer crédito.
O ministro negou que a estratégia atrapalhe o esforço de combate à inflação, pois o governo continua buscando o equilíbrio das contas públicas. Questionado sobre as chances reais de o ajuste fiscal ser alcançado, devido a polêmicas como a CPMF, o ministro disse que a gravidade do quadro econômico fez com que “muitos líderes políticos aceitassem discutir agora coisas que não aceitavam discutir há um ano”:
— Pessoas agora percebem a magnitude do problema e a necessidade de agir rápido.
Fonte: O Globo