O ajuste fiscal do Ministério da Fazenda atrasará ainda mais as obras da chamada adutora do Agreste, obra do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) estimada em R$ 1,4 bilhão para levar água a 68 municípios em Pernambuco que têm, juntos, mais de 2 milhões de habitantes.
A região tem o pior balanço hídrico do país (número de habitantes por quantidade de chuvas). Dos 18 municípios próximos a Caruaru em situação de “colapso” neste momento, 15 poderiam ser atendidos pela adutora. No total, há 44 cidades em “colapso hídrico” em Pernambuco, e 26, em “pré colapso”.
O Ministério da Integração Nacional já repassou cerca de R$ 450 milhões para a obra, mas não há perspectiva agora para o restante, afirma o presidente da Compesa, Roberto Tavares.
Com o contingenciamento de verbas federais, além da adutora do Agreste, devem atrasar as obras previstas para a Transnordestina, a transposição do rio São Francisco e o chamado Arco Metropolitano, que visa ligar sul e norte de Pernambuco sem a necessidade de os veículos transitarem por Recife.
FICHA DE ORELHÃO
Riacho das Almas, no agreste pernambucano, tem 20 mil habitantes e quase zero de água doce. A saída foi furar poços de até 50 metros de profundidade e trazer água salobra à superfície.
Para dessalinizar, usam-se energias elétrica e solar. Para entregar à população, fichas telefônicas, iguais às antigas de orelhões.
A cidade possui 16 dessas unidades, espalhadas pela zona rural. Quinze custaram R$ 60 mil cada uma para serem operadas com energia elétrica e uma R$ 110 para funcionar totalmente com energia solar.
Fonte: Folha de S. Paulo